Governo leva delegações internacionais para a Estação Experimental do Arroz, em Cachoeirinha

Estrangeiros conheceram estrutura, laboratórios e os programas de pesquisa e extensão

As comitivas internacionais que vieram conhecer a 23ª Expodireto Cotrijal, feira de tecnologia agrícola realizada em Não-Me-Toque que se encerrou na sexta-feira (10/3), continuam com agendas no Estado. No sábado (11/3), as secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) levaram as delegações da China, dos Emirados Árabes, de Gana e da Nigéria para conhecer a Estação Experimental do Arroz do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha. O objetivo da visita foi prospecção de mercado, já que o Estado é responsável por cerca de 70% do arroz produzido no Brasil, com cultivo em 183 municípios.

Os estrangeiros conheceram estruturas, laboratórios e, principalmente, o que o Irga desenvolve nos programas de pesquisa e extensão. O diretor do Departamento de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais (DPCI), Evaldo Silva Júnior, acompanhou o grupo e destacou que o representante da Nigéria demonstrou interesse na tecnologia aplicada ao plantio de arroz, inclusive na rotação de culturas do grão com milho e soja. A visita teve a participação também do presidente do Irga, Rodrigo Machado.

“O nigeriano está aqui para viabilizar uma transferência de tecnologia do Irga para as lavouras do Exército do país, gerando alimento para as tropas e distribuindo o excedente para a população”, disse. Silva Júnior explicou que foi alinhada a formalização de um acordo de cooperação entre o Rio Grande do Sul e a Nigéria, no qual o Irga ficará responsável pela transferência tecnológica para o país que, em contrapartida, reduzirá, ou até zerará, as alíquotas de imposto de importação do arroz gaúcho.

“Ficou articulado que o Exército e o governo da Nigéria enviarão um convite para uma missão internacional para representantes do Irga, governo estadual e Sedec, a fim de oficializar o termo de cooperação mútua entre o Rio Grande do Sul e a Nigéria, bem como levar a comitiva brasileira a uma visita técnica às instalações nas lavouras que pertencem ao Exército do país africano”, antecipou Silva Júnior.

O diálogo também evoluiu com o Emirados Árabes, que importam arroz para os estoques de segurança da Índia e do Paquistão. Uma das finalidades da visita é incluir o Brasil nessa rota de exportação do grão para os árabes, com o intuito de composição regular dos estoques e, posteriormente, ampliação para a área comercial.

Outra possibilidade que se vislumbra é um acordo tecnológico para plantio de arroz em áreas do deserto, como já acontece com algumas culturas. “Há a possibilidade de ocorrer outra missão ao país em dezembro, para avançar nas questões agrícolas e de produção de alimentos, considerando as condições de clima e solo no deserto”, disse o diretor.

Para o presidente do Irga, o interesse dos diferentes países demonstra o quanto a pesquisa do instituto é importante e efetiva. “Hoje recebemos a visita de quatro países, evidenciado o quanto a pesquisa e os trabalhos desenvolvidos no Irga, há 82 anos, são importantes e respeitados mundo afora”, comentou Machado. Sobre transferência de tecnologia, Machado destacou a importância do interesse, mas qualquer avanço será discutido dentro do conselho deliberativo da autarquia.

O titular da Sedec, Ernani Polo, afirma que ajustar acordos internacionais para expandir a tecnologia de plantio gaúcha para as lavouras do mundo e, em troca, receber benefícios comerciais é uma relação justa e que agrega aos envolvidos. “São diálogos que já acontecem há tempo, estão amadurecendo e que hoje permitem que o Rio Grande do Sul esteja preparado para avançar a sua rota internacional não apenas como um fornecedor de alimentos, mas como referência em pesquisa e tecnologia, aspecto que acaba entrando nos acordos internacionais”, avaliou. Conforme Polo, a secretaria, além de promover emprego e geração de renda, tem o propósito de atrair investimentos e, da mesma forma, mostrar a capacidade tecnológica do Estado.

O titular da Seapi, Giovani Feltes, ressalta a importância desses acordos bilaterais. “São novas oportunidades para escoar a produção rural”, disse.


GOV RS | Texto: Taís Teixeira/Ascom Sedec | Edição: Secom | Foto: Evaldo Silva Júnior/Sedec
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