“Nenhuma grande mudança acontece no Brasil sem a rebeldia e a altivez dos jovens”, diz Edegar Pretto

Um convite para que os estudantes nunca desistam de lutar por educação e para que se tenha um estado e um país mais justos. Foi este o tom do discurso utilizado pelo deputado estadual Edegar Pretto (PT), no 62º Congresso da União Gaúcha de Estudantes Secundaristas (Uges). O evento tem o objetivo de multiplicar a ideia de que o jovem é o principal ator da transformação política e social. As principais pautas dos estudantes passam pelo acesso de todos a uma educação de qualidade, com ensino crítico e boas estruturas físicas nas escolas. Os jovens pedem ainda que a educação seja encarada como um direito fundamental, e lutam para mudar a realidade daqueles que precisam abandonar os estudos para trabalhar e ajudar as suas famílias nas despesas da casa.

Edegar Pretto citou dados que mostram a triste realidade da fome entre as crianças, mas que também demonstram o grande número de jovens, hoje, no país, o que confere a eles, ainda mais força e poder de transformação. “Nunca no Brasil nós tivemos tantos jovens na idade de 15 a 29 anos. São 50 milhões de brasileiros nessa idade. Por isso, galera consciente, conversem com aqueles amigos e amigas que não estão nem aí para política. Expliquem a eles a importância que tem a participação, as escolhas, a democracia.” O parlamentar falou ainda da precariedade da maioria das escolas que não possuem espaço adequado para recreação e de uma fatia que não têm nem banheiro. “E o Governo do Eduardo Leite anunciou e comemorou que o estado tinha dinheiro sobrando. Que coração injusto é esse? Que estado com superávit deixa as escolas nesta situação e 1,2 milhão de pessoas passando fome?”, cobrou.

A coordenadora nacional do movimento Sobre Nós, Vitória da Silva Cabreira, falou da importância de ter a juventude e os estudantes organizados e que a sua geração passa pelo momento mais difícil. Para ela, nos dias atuais a luta é ainda mais urgente e necessária. “Nós queremos garantir uma educação de qualidade, uma escola onde as meninas não sejam assediadas e não sofram de pobreza menstrual, uma escola onde o povo negro e os LGBTQIA+ não sofram com o preconceito que existe diariamente. Principalmente porque nós vamos enfrentar a eleição mais importante da nossa geração e precisamos que todos os estudantes estejam com o título na mão para construir uma alternativa de luta em defesa do povo e da juventude”, enfatizou Vitória.

O presidente Uges, Lincon Fonseca, fez um discurso acalorado, pedindo que os jovens façam os seus títulos de eleitor e não se isentem do direito de escolher as suas lideranças políticas do executivo e legislativo, tanto no estado quanto em nível federal. Ele repudiou as desigualdades sociais, as políticas para o ensino público e os escândalos, ainda sem resposta concreta, no Ministério da Educação (MEC).

“O Brasil vem atravessando uma crise sem precedentes e aqui está a juventude que sabe muito bem os problemas da escola pública. Aqui está a juventude que é contra a reforma do ensino médio, porque sabe que essa reforma vai aumentar ainda mais as desigualdades. Além de prejudicar os estudantes, essa reforma é ruim para os nossos professores, que ficaram anos com salários parcelados, que não recebem o seu piso salarial e que enfrentam escolas sem infraestrutura, onde faltam laboratórios de ciências e de informática, que não têm biblioteca funcionando porque o governo do Estado não deixa profissional atuar na biblioteca que não seja bibliotecário, mas também não contrata bibliotecário”, denunciou Lincon.

Para ele, a CPI do MEC é fundamental para escancarar os escândalos de corrupção, que tornaram um dos ministérios mais importantes da República em um balcão de negócios. Disse ainda que os jovens têm uma missão muito importante que é tirar os atuais representantes do Governo Federal do poder. “Só tem duas formas da gente derrotar o Bolsonarismo. A primeira é se organizando, como estamos fazendo aqui hoje. E a segunda é relembrar mais uma vez que tem até quarta-feira (04.05) para todo mundo, que ainda não fez, regularizar o seu título de eleitor”, alertou o presidente da Uges.

Também participaram do Congresso a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), a deputada estadual Stela Farias (PT), o vereador Pedro Ruas (PSOL) e a vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB), de de Porto Alegre. A UGES representa mais de 2,6 milhões de estudantes do ensino fundamental, médio, técnico e profissionalizante, educação de jovens e adultos e cursos preparatórios para vestibulares do Estado do Rio Grande do Sul.


Assembleia Legislativa RS | Agência de Notícias | Foto: Rafael Stedile 

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