Recorde de novos CNPJs em 2025 expõe desafio antigo: empreendedores ainda pecam no controle financeiro

  • 16 de outubro de 2025
  • Sol FM

Mesmo com o aumento de novos empreendedores no país, a falta de controle de caixa, a inadimplência e a mistura entre finanças pessoais e empresariais continuam comprometendo a saúde financeira dos pequenos negócios

Os três primeiros meses de 2025 foram de alta na abertura de pequenos negócios no Brasil. Segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o número de novos CNPJs chegou a mais de 1,4 milhão até março, com destaque para os microempreendedores individuais (MEIs), que representam 78% do total. O crescimento foi expressivo: 35% a mais de MEIs e 28% mais micro e pequenas empresas em relação ao mesmo período de 2024.

O movimento foi puxado principalmente pelas regiões Sudeste, Sul e Nordeste, com São Paulo (28,6%), Minas Gerais (10,9%) e Rio de Janeiro (7,8%) na liderança. No entanto, Ceará (56,8%), Piauí (55,3%) e Amazonas (51,3%) registraram o maior avanço proporcional na criação de pequenos negócios. Apesar do otimismo, o cenário traz um alerta preocupante. Cerca de 6,2 milhões de MEIs estão inadimplentes no Brasil, segundo dados recentes divulgados pela Receita Federal, o que representa 40% dos mais de 15 milhões de CNPJs ativos neste regime de tributação, criado para formalizar pequenos negócios e trabalhadores autônomos.

Um levantamento da MaisMei, plataforma que auxilia a gestão de microempreendedores, aponta que a dívida média dos MEIs é de R$ 2.574,00. O principal motivo da inadimplência é o não pagamento do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), que vence todo dia 20. Embora os valores pareçam baixos, podem pesar no orçamento de quem fatura até R$ 2 mil por mês. Nesse cenário, a recomendação é que o empreendedor regularize sua situação o quanto antes, para evitar consequências como a perda da cobertura do INSS e o cancelamento do CNPJ.

Para Gabriel Eisner, sócio da Mhydas Planejamento Financeiro, o problema vai além da inadimplência: ele reflete uma falha estrutural na forma como empreendedores e profissionais liberais lidam com o dinheiro. “O aumento no número de novos CNPJs é positivo e mostra o espírito empreendedor do brasileiro. Mas a inadimplência revela que muitos ainda não estão preparados para administrar as finanças do próprio negócio. É comum vermos profissionais que faturam bem, mas não conseguem acumular patrimônio ou manter uma reserva de emergência”.

Segundo Eisner, a falta de planejamento financeiro e o hábito de misturar contas pessoais e empresariais estão entre os principais erros cometidos por quem empreende. “Quando a pessoa usa a mesma conta para despesas pessoais e da empresa, ela perde completamente a noção de quanto realmente custa o negócio e qual é o lucro real. Essa confusão impede decisões estratégicas e gera uma falsa sensação de estabilidade”, explica.

Outro ponto crítico, segundo o especialista, é a ausência de projeção de fluxo de caixa. “Não basta saber quanto entra e quanto sai. É fundamental ter previsibilidade, entender sazonalidades, definir um pró-labore coerente e criar reservas para momentos de menor faturamento. Isso dá segurança para o empreendedor crescer de forma sustentável”, reforça o sócio da Mhydas.

Para quem deseja evitar a inadimplência e conquistar estabilidade, Gabriel recomenda três passos essenciais: Separar as contas pessoais das empresariais, criando uma estrutura mínima de gestão; Controlar o fluxo de caixa e revisar custos fixos regularmente; Destinar parte dos lucros a investimentos e reservas financeiras, mesmo que em valores baixos no início.

“Liberdade financeira não é resultado apenas de altos ganhos, mas de uma boa gestão. Quando o empreendedor adota disciplina e controle sobre o dinheiro, transforma o negócio em algo sustentável e preparado para crescer”, destaca. 

Diferente dos trabalhadores com carteira assinada, empreendedores e profissionais liberais não contam com benefícios como o seguro-desemprego ou o FGTS, o que torna ainda mais essencial a criação de uma reserva de emergência. Segundo Gabriel Eisner, essa reserva deve cobrir de três a seis meses dos custos fixos pessoais e profissionais, funcionando como um colchão de segurança em momentos de instabilidade ou queda de receita.

“A reserva de emergência é o que garante tranquilidade para tomar decisões com clareza. Quem tem uma base financeira sólida consegue atravessar períodos desafiadores sem comprometer o negócio, e isso é o que diferencia quem sobrevive de quem apenas tenta se manter”, conclui o sócio da Mhydas Planejamento Financeiro.

Sobre a Mhydas Planejamento Financeiro

A Mhydas Planejamento Financeiro está entre as empresas que mais crescem no Paraná e no Brasil. Com mais de 50 consultores financeiros, a empresa tem escritórios físicos em Ponta Grossa, Londrina, Campinas com atuação a nível nacional. Fundada por André Bobek, consultor eleito melhor vendedor de seguro de vida no Brasil por dois anos consecutivos (2019, 2020), consultor financeiro TOP Global, eleito 11º melhor do mundo, recordista do “State Insurance Sales” e membro do Million Dollar Round Table (MDRT), a Mhydas atua na educação, planejamento e melhoria da qualidade de vida por meio de consultoria financeira e tem a patente do Consórcio Multi Versátil. Saiba mais em: https://mhydas.com.br/


JN Assessoria de Imprensa | Foto: Divulgação/Freepik

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