Estelionatos no RS dobram em relação ao ano passado

Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de estelionatos dobrou no Rio Grande do Sul, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do RS. Entre janeiro e agosto de 2020 foram registradas 34.522 ocorrências, enquanto no mesmo período de 2019, foram 17.100. O número representa um aumento de 101%.

Um dos grupos mais vulneráveis aos golpes é os idosos. Uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aponta que os golpes financeiros com mais velhos como alvo aumentaram 60% durante a pandemia.

Segundo a psicóloga Bruna Cardoso, apesar de serem as pessoas mais suscetíveis, não são os únicos a sofrerem golpes. “Pessoas muito solitárias inclusive acabam tendo menos informação, menos condição de poder se proteger”, destaca.

Ela explica que os golpistas utilizam gatilhos para gerar curiosidade nas pessoas. “Às vezes enviando e-mails românticos, por exemplo, eles usam da vaidade das pessoas, às vezes com ofertas imperdíveis de algum bem de consumo desejado, eles usam da capacidade do ser humano de ter solidariedade”, diz.

Para ela, existe um perfil de golpistas. “Existem os que investem um tempo bem significativo bajulando as suas vítimas, criando uma sensação delas de amizade ou namoro. Podem ser pessoas extremamente inteligentes, sedutoras, pessoas interessantes, que passam as vezes desapercebido, na verdade, mas que possuem sim um grau de periculosidade. Então, os psicopatas, ao contrário do que a grande maioria das pessoas pode pensar, não são só aqueles assassinos cruéis, existem diferentes graus de psicopatia”.

Em alguns dos casos o gatilho é a ansiedade. Uma pessoa que caiu no golpe do cartão clonado conta que desligou a ligação e, com o mesmo telefone, tentou ligar para o banco para resolver a situação, mas quem atendeu foi um dos golpistas. “Daí eu disse pra ele: ‘tá, e agora como é que eu faço, eu vou ter que ir no banco cancelar esse cartão?’ “Não”, ele me disse: “tu faz tudo aqui com nós. E aí começou a saga, ele entrou na mente, foi pedindo o número do cartão, eu fui dando”, diz.

O programador Ronaldo Prass explica como os suspeitos usam a tecnologia para ganhar a confiança das pessoas. “Eles detém uma central telefônica em que conseguem fazer esse redirecionamento. A maioria das vezes eles não têm conhecimento em informática, em tecnologia, o que eles têm é lábia”, diz.


 

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