RS terá sexta rodada da pesquisa sobre Covid-19 neste final de semana

Entrevistadores do estudo vão realizar 4.500 testes rápidos em nove cidades gaúchas entre sábado e segunda-feira

Lançada no início do mês de abril, a pesquisa que busca estimar o número de pessoas que já contraíram o coronavírus no Rio Grande do Sul chega a sua sexta rodada. A partir deste sábado (25/07), novamente serão aplicados 4.500 testes rápidos, seguido de uma breve entrevista sobre ocorrência de sintomas, busca por assistência médica e rotina das famílias em relação às medidas de distanciamento social. Encomendado pelo governo do Estado junto à Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o estudo está mapeando os casos da doença e acompanhando a velocidade de disseminação do contágio entre os gaúchos.

Até a próxima segunda-feira (27/07), o objetivo é visitar 500 domicílios em cada uma das nove cidades escolhidas: Pelotas, Uruguaiana, Santa Maria, Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Santa Cruz do Sul. Em cada município, a seleção das residências e dos moradores ocorre por meio de um sorteio aleatório, utilizando os setores censitários do IBGE como base.Para a realização do exame, os entrevistadores coletam uma gota de sangue da ponta do dedo do participante. A amostra é analisada pelo aparelho de testes em aproximadamente 15 minutos.

Avanço da doença

Os resultados da última rodada, divulgados no final de junho, já identificaram o avanço da pandemia. Na oportunidade, o estudo estimava que cerca de 53 mil pessoas, equivalente a 0,47% da população gaúcha, já tivesse anticorpos para a doença. O dado representa um gaúcho infectado para cada 214 habitantes. “Essa nova etapa da pesquisa deverá retratar o início do período que já prevíamos como o mais crítico do avanço da Covid-19, tanto no número de casos confirmados quanto da sobrecarga nos serviços de saúde. Essa radiografia do momento será fundamental para nos orientar nos próximos passos”, destacou a coordenadora do Comitê de Dados do governo, Leany Lemos.

Ela lidera também a equipe técnica responsável pelo monitoramento dos indicadores do modelo de Distanciamento Controlado. A quinta etapa do estudo apontou também uma queda no índice de isolamento intervalo de um mês, ao estimar que apenas 12,7% dos entrevistados alegaram estar sempre em casa. No final de maio, eram 14,5% dos entrevistados.

“O diferencial do estudo é realizar esse levantamento global, incluindo pessoas sem sintomas, e observar as mesmas cidades ao longo do tempo. A sexta etapa vai nos permitir conhecer a realidade do avanço do coronavírus nas diferentes regiões, neste momento de aceleração de casos e internações no estado”, diz a epidemiologista Mariângela Freitas da Silveira, que participa da coordenação do estudo na UFPel.

A pesquisa tem apoio das secretarias de saúde e dos órgãos de segurança dos municípios. Em caso de dúvida, os participantes podem entrar em contato com a Guarda Municipal ou Brigada Militar para obter informações sobre as visitas às casas. Além da etapa deste fim de semana, o cronograma prevê mais duas rodadas: a sétima deve acontecer de 22 a 24 de agosto, e a oitava, de 26 a 28 de setembro. “As datas vão depender da prevalência que encontrarmos na atual fase. Se os percentuais ficarem acima de 1%, o intervalo entre as coletas será de três semanas; se ultrapassar 5%, reduzimos para duas semanas”, explica a coordenadora.

Parceiros

O estudo envolve uma rede de doze universidades públicas e privadas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos); Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc); Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ); Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana); Universidade de Caxias do Sul (UCS); IMED e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo), Universidade de Passo Fundo (UPF) e Universidade La Salle (Unilasalle).

Os financiadores do projeto são a Unimed Porto Alegre, o Instituto Cultural Floresta, também da capital, e o Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro. Os resultados são divulgados por integrantes da coordenação do estudo e do governo estadual em aproximadamente 48 horas após a finalização da coleta de dados.


Texto: Silvia da Silva Pinto – Assessoria de Imprensa Epidemiologia UFPel e Pepo Kerschner Ascom/SPGG – Comitê de Dados

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