Uso de protetor solar diariamente não compromete o status de vitamina D

Em meio a um cenário de muita desinformação e propagação de estratégias para se proteger do coronavírus, a vitamina D ganhou destaque

A primeira orientação da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS é para que, antes de iniciar suplementação de vitamina D, seu médico seja sempre consultado. O tema foi abordado em live recente promovida pela SBD-RS com a participação da dermatologista Tania Cestari. É fato que a vitamina D, quando em níveis adequados no organismo, ajuda no fortalecimento da imunidade. Porém, o primeiro mito a ser desfeito é o de não usar o protetor solar com a errada pretensão de tornar mais eficiente a absorção da vitamina D durante a exposição ao sol.

“Estudos já mostraram que o uso criterioso de filtro solar diariamente, mesmos aqueles de amplo espectro UV, tem impacto mínimo nos níveis de vitamina D. Então, não é certo suspender o uso do protetor solar, até porque ao se expor sem a proteção, estamos aumentando o risco do desenvolvimento do câncer de pele, especialmente em pacientes com tendência a estes tumores. Também alertamos que a aplicação do filtro solar em quantidade menor do que o ideal reduz a eficácia”, afirma.

Em relação ao uso da vitamina D na melhora da imunidade, a médica explanou:
“Tanto a radiação ultravioleta como a vitamina D usam a mesma via de ativação da imunidade nata e produzem vários tipos de peptídeos que atuam na imunossupressão. Então, já é sabido que várias infecções virais podem piorar durante o inverno, período em que nossos índices de vitamina D estão um pouco mais baixos”, explica.

A médica salienta, ainda, para importância de uma alimentação adequada e exposição moderada ao sol.

“Sabe-se que a vitamina D vem de diferentes fontes sendo os principais a alimentação e a produção endógena, que é via exposição solar. Sol em baixas doses ajuda a repor a vitamina D sem dano grave ao DNA. A suplementação alimentar é fonte segura e deve ser encorajada com a adequada orientação médica”, finalizou.

Riscos de Intoxicação

Outro alerta é para os casos de ingestão exagerada da Vitamina D, medida tomada muitas vezes por conta própria dos pacientes que temem a contaminação da COVID. Níveis acima de 150ng/mL ou 500000 Ul/dia são tóxicos. A intoxicação por Vitamina D leva a sintomas não específicos como náuseas, vômitos, prisão de ventre, perda de peso e fraqueza. O excesso de vitamina D causa hipercalcemia grave, que pode levar a litíase renal, arritmia cardíaca e manifestações neurológicas. Além disso, níveis elevados cronicamente podem estar relacionados a maior risco de câncer pancreático.


Redação e coordenação: Marcelo Matusiak

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