Fim da pandemia não deve ser em 2022, mas realidade será muito diferente mesmo diante de novas variantes

  • 2 de dezembro de 2021
  • Sol FM

Ainda que seja um processo necessariamente lento, os passos que estão sendo dados na direção da superação do cenário da pandemia são importantes

A avaliação do futuro da pandemia foi feita durante a Caravana Digital AMRIGS, realizada de forma online na noite desta terça-feira (30/11). Durante o encontro, o presidente da Sociedade Riograndense de Infectologia, Alexandre Schwarzbold, lembrou que o desfecho da pandemia é algo muito difícil de prever. Segundo o médico infectologista, este é um grande desafio pela diversidade enorme de lugares, exposição e possibilidades de respostas dos entes públicos à pandemia.

“Temos uma variante com uma modificação genética importante, mas que em geral ela acaba sendo combatida através das vacinas. Ocorre que em população não vacinada ela é, sim, uma produtora de complicações que podem pressionar o sistema de saúde”, alertou o médico referindo-se a Ômicron, variante recentemente descoberta pela Organização Mundial da Saúde.

O médico também salientou a importância de avaliar muito bem que tipo de liberações devem ser permitidas diante de um cenário ainda incerto, citando os riscos que eventos como o carnaval ainda podem significar.

A mediadora do encontro, a diretora de Normas da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Rosani Carvalho de Araújo, disse que, apesar da resistência de parte da população, a educação vacinal no Brasil, que vem de um longo período, pode ser considerada positiva na comparação com outros países.

Durante sua apresentação, a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Cynthia Molina, trouxe números atualizados no estado do Rio Grande do Sul. Uma estatística que chamou a atenção foi o dado de que 36.117 famílias perderam alguém muito importante na pandemia e 113 mil pessoas tiveram um familiar hospitalizado. A palestrante detalhou o processo futuro de evolução da pandemia para uma endemia.

“Para isso acontecer é preciso controlar o número de casos e não só conter a expansão. As medidas, para isso, são conhecidas amplamente: evitar aglomerações, manter hábitos de lavagem frequente de mãos e uso de máscara, além da vacinação”, disse.

Por fim, o secretário municipal da Saúde, Mauro Sparta, falou do momento de reflexão.

“Estávamos nos preparando para o pós-COVID com filas muito grandes de procedimentos atrasados por conta do isolamento. Políticas públicas de saúde ficaram contidas e vimos retornar doenças como hepatite, HIV e tuberculose. A sífilis congênita também era algo que não acontecia e que voltamos a ter casos. Agora, a ameaça dessa nova cepa nos traz preocupação. No entanto, penso que a vacina vai fazer um bloqueio importante dessa doença. O Brasil é um país que aprendeu a gostar do SUS e vimos a eficácia e potencialidade dele em auxiliar os brasileiros”, disse.

A realização da edição da Caravana Digital AMRIGS contou o apoio do Ministério da Saúde, Associação Médica de Santa Cruz do Sul, Seccional de São Luiz Gonzaga, Secção Regional do Alto Uruguai (Iraí), Prefeitura de Porto Alegre, Sociedade de Medicina de Santa Maria, Sociedade Riograndense de Infectologia e o patrocínio de Enlace Centro de Saúde.


Redação e coordenação: Marcelo Matusiak

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